segunda-feira, 14 de junho de 2010

A dimensão ortográfica

A ortografia está relacionada com a capacidade de operar com um sistema complexo, grau de instrução e de literacia pessoal e o nível de sucesso atingido na aprendizagem escolar. No que diz respeito ao domínio ortográfico, quando é fraco pode torna-se um obstáculo para o seu desenvolvimento da relação com a escrita. A aprendizagem da escrita começa muito antes da entrada no 1º ciclo, desta forma o pré-escolar deve construir alicerces para esta aprendizagem. Para atingir o domínio do princípio alfabético, os alunos do 1º ciclo, devem concentrar a sua atenção na forma fonológica.

Segundo Silva (2004), para existir um ensino eficiente tem que existir uma articulação entre três componentes, mais concretamente a forma como a “criança aprendiz” aprende e reelabora as propriedades do objecto, as propriedades e especificidades do objecto de aprendizagem e o método utilizado pelo docente para acompanhar o percurso da criança. O domínio da aquisição de literacia, tendo como base a análise a investigação, evoluiu, expressivamente, desde o momento em que se discrimina os processos de ensino dos processos de aprendizagem. Um dos problemas, relativamente à aquisição da literacia está relacionado com o facto de algumas crianças aprenderem a ler facilmente, enquanto para outras o domínio da leitura é obstáculo. “A complexidade do princípio alfabético (nomeadamente, a compreensão de que na escrita alfabética todas as palavras são representadas por combinações de um número limitado de símbolos visuais, as letras, e que estas codificam as fonemas), requer da criança um nível de raciocínio conceptual bastante sofisticado.”(cit. por Silva, 2004: 188)

Quando as crianças iniciam o processo de aprendizagem formal da escrita, trata-se de um momento que o professor deve observar duas vertentes, nomeadamente as concepções e a capacidades dos alunos. O acto de escrever é bastante complexo, desta forma deve existir uma intervenção com intuito de solucionar os problemas de ortografia. Neste sentido, o docente deve avaliar de forma rigorosa a que nível diz respeito a dificuldade ortográfica e agir de forma diferenciada, visto que cada dificuldade necessita de uma intervenção diferente. Deve ser realizada uma análise de incorrecções ortográficas, as incorrecções existentes podem ser devido a:
- Dificuldades na transcrição entre o sistema fonológico e ortográfico;
- Transcrição na oralidade corrente;
- Inobservância de regras ortográficas de base fonológica;
- Inobservância de regras ortográficas de base morfológica;
- Incorrecções quanto à forma ortográfica específica das palavras;
- Incorrecções de acentuação gráfica:
- Dificuldades de utilização de minúsculas e maiúsculas:
- Inobservância da unidade gráfica da palavra:
- Ao nível da translineação.

Tendo em conta as incorrecções acima mencionadas, foi-nos proposto a realização de análise e classificação de erros em textos fornecidos pela docente. Para visualizares a nossa análise, clica aqui.

Durante uma das semanas de estágio, tivemos acesso à construção de alguns textos livres, por parte dos alunos, e decidimos analisar alguns para ver, clica aqui.

Bibliografia consultada:
BAPTISTA, A.; BARBEIRO, L.; VIANA, F.L. – O Ensino da escrita: Dimensões gráfica e ortográfica.
SILVA, A. C. (2004) – “Descobrir o principio alfabético” in Análise Psicológica.


A dimensão gráfica da escrita: Emergência da literacia

A investigação e a prática comprovam que, as crianças desenvolvem vários conhecimentos relativamente à linguagem escrita, mesmo antes, de se depararem com eles formalmente. Tal facto ocorre, uma vez que as crianças encontram a escrita no seu quotidiano e, por conseguinte, em contextos informais.

Enquanto aprendizes activos, as crianças tentam atribuir significado aos aspectos, com que se deparam. O facto de, serem expostas a ambientes com escrita contribui para um desenvolvimento das suas concepções e conhecimentos mais enriquecedor.

Além disso, as investigações também reforçam a ideia de que, a aprendizagem da leitura e da escrita deve envolver um processo de apropriação contínuo, que se desenvolve antes do seu ensino formal. Este processo inicia-se quando a criança descobre a existência da escrita, porém não é necessário que perceba a mensagem a que ela se associa. As tentativas de reprodução da escrita, a partir de garatujas e/ou formas de letras, demonstram o interesse da criança por este uso secundário da língua. Mais tarde, as crianças percebem que a escrita contém uma mensagem expressa através de um conjunto de convenções. Neste sentido, ao serem estimuladas e incentivadas vão reproduzindo algumas convenções e utilizam a escrita, conferindo-lhe valor e utilidade.

É de salientar que, a emergência da literacia em contextos informais era desvalorizada, até há poucos anos atrás, pois julgava-se que o pré-escolar se limitava a promover exercícios de discriminação auditiva e visual e desenvolver aspectos associados à linguagem oral, mas que não envolvesse aprendizagem do ponto de vista da leitura e da escrita. Todavia, a partir dos anos 80, a emergência da literacia começa a ser valorizada, contando com a influência de alguns autores construtivistas e sociocognitivistas, como Piaget e Vigotsky.

Os conhecimentos identificados para a emergência da literacia foram percepção da funcionalidade da leitura e da escrita; convenções e associações entre a linguagem oral e a linguagem escrita; estratégias e comportamentos de quem lê e escreve e atitudes face à leitura e à escrita.

No seguimento desta temática elaborámos algumas actividades relacionadas com a emergência da literacia.

Se as quiseres visualizar, clica aqui.

De acordo com as actividades efectuadas reflectimos sobre a sua exequibilidade com as crianças com quem estivémos durante as nossas semanas de Prática Pedagógica. Para acederes à nossa reflexão, clica aqui.

Bibliografia consultada:

SIM-SIM, I. (2008) - A descoberta da escrita. Lisboa: Ministério da Educação

O ensino da leitura: a decifração

  • Domínio escrito: A compreensão e a expressão escritas

O desejo de ler surge quando há necessidade de descobrir o que está no registo escrito. A criança depara-se com linguagem escrita em vários aspectos do seu dia-a-dia, através de livros de histórias, revistas que folheia, jornais ou televisão. A partir de, esta situação surge o interesse e vontade de aprender a ler.

O ensino da leitura associa-se, socialmente, à entrada das crianças no 1ºCiclo do Ensino Básico, uma vez que aprendem a ler sozinhas. O ensino formal da leitura está relacionado com a aprendizagem dos caracteres do alfabeto, designadamente as letras ou grafemas. Inicialmente, costumam estar muito entusiasmadas no início deste processo, porém esse sentimento vai desaparecendo, à medida que, a aprendizagem da leitura se processa. O ensino da leitura implica obter significado do que está escrito, sendo que a aprendizagem da decifração é fundamental para o sucesso pessoal do indivíduo enquanto leitor.

A aprendizagem da decifração constitui um processo desafiante, tanto para o aprendiz de leitor (aluno), como para o professor. Importa mencionar que, ensinar a decifrar é essencial na educação básica de qualquer sistema de ensino.

O acto de ler consiste em compreender o que está escrito, não se processando naturalmente. Neste sentido, a leitura é um processo de compreensão que mobiliza um sistema articulado de capacidades e de conhecimentos.

Quando a língua de escolarização não é a nossa língua materna, o processo de aprendizagem da leitura torna-se mais complicado. As escritas podem ter vários tipos de representação, nomeadamente a escrita ideográfica e sílabica são constituídas por símbolos, que representam conceitos, palavras ou sílabas e a escrita alfabética é constituída por uma ou mais letras que representam os sons da fala.

Na verdade, para saber ler é fundamental reconhecer a palavra escrita, sendo que esse reconhecimento se entende pelo processo cognitivo que o leitor efectua, através da associação da representação escrita da palavra à sua forma oral. Deste modo, decifrar implica identificar palavras escritas, associando a sequência de letras à sequência de sons correspondentes à língua em questão. A identificação da palavra efectua-se, tendo em conta o conhecimento que o leitor possui em relação a essa mesma palavra.

Numa unidade curricular que tivémos no 2ºano do curso, Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem, procedemos à realização de um dossier de aprendizagens, em formato digital, onde referimos alguns destes conteúdos. Além disso, também se encontram alguns aspectos relacionados com a emergência da literacia, aspecto que também desenvolvemos noutra etiqueta do nosso blog. Neste sentido, iremos partilhar convosco parte desse dossier, que integra estes conteúdos.

Se quiseres aceder, clica aqui.

Bibliografia consultada:
MATA, L. (2008) - A descoberta da escrita. Lisboa: Ministério da Educação
SIM-SIM, I. (2009) - O Ensino da Leitura: A decifração. Lisboa: Ministério da Educação

O desenvolvimento da linguagem oral

  • Domínio oral: a compreensão e expressões orais

A aquisição do vocabulário é efectuada a partir da interacção, que a criança estabelece entre o mundo físico e o social, existindo, deste modo, uma relação entre o meio envolvente e o desenvolvimento da sua linguagem.

A criança ao manipular objectos recorre à linguagem para comunicar e organizar as suas experiências. Dependentemente das suas necessidades utiliza a linguagem que adquiriu no seu contexto social, associando as palavras e expressões às suas acções. Neste sentido, pode-se afirmar que o meio familiar e social, que envolve a criança tem uma grande influência na aquisição e desenvolvimento do seu vocabulário.

A compreensão do oral é a capacidade que o indivíduo tem para atribuir significado a cadeias fónicas e, deste modo, requer o reconhecimento de sons e palavras, selecção e interpretação do discurso, antecipação e retenção dos conteúdos. Enquanto, a expressão do oral é a capacidade de produção de cadeias fónicas, envolvendo planeamento, formatação linguística e execução articulatória. Estas duas vertentes da linguagem não podem ser dadas separadamente, pois uma depende da outra.

De facto, não existe linguagem expressiva sem compreensão, sendo que uma palavra pode ser compreendida em profundidade, quando se usa em diversos contextos. Quando as crianças frequentam o pré-escolar, por vezes, utilizam a linguagem como um jogo ou meio de comunicação. Contudo, não significa que não se estejam a exprimir de forma adequada.

A criança, inicialmente, começa por compreender a palavra, de acordo com o contexto em que foi expressa; de seguida, utiliza-a restringindo ao contexto em que a aprendeu; seguidamente, atribui-lhe um significado e, por fim, utiliza-a em diferentes situações. No entanto, é de mencionar que, o vocabulário que a criança compreende é distinto do vocabulário que utiliza, ou seja, o número de palavras que conhece o significado é inferior ao número de palavras que utiliza. O desenvolvimento da expressão oral pode ser efectuada, a partir de descrição de objectos, factos ou situações, bem como narração de factos vividos ou inventados, diálogos ou formulação de ordens verbais.

A entrada da criança no jardim-de-infância deverá proporcionar-lhe um contacto com um novo meio linguístico, que lhe permita o enriquecimento do seu léxico do ponto de vista quantitativo e qualitativo.

De acordo com o desenvolvimento da linguagem oral foi-nos solicitada a realização de actividades, que fossem da compreensão à expressão do oral.

Se pretendes aceder às nossas actividades, clica aqui.

De acordo com as actividades efectuadas reflectimos sobre a sua exequibilidade com as crianças com quem estivémos durante as nossas semanas de Prática Pedagógica. Para acederes à nossa reflexão, clica aqui.

Bibliografia consultada:

CEREZO, S. S. (1997) - Enciclopédia de Educação Infantil. Rio Mouro: Nova Presença

Fonte da imagem: http://fotos.sapo.pt/ZqcEZcyMbmhZm4JTN7WZ/s320x240

O desenvolvimento da consciência fonológica


  • Domínio oral: a compreensão e expressão orais

A consciência fonológica é uma das dimensões da consciência linguística e entende-se pela capacidade que o indivíduo tem, para reflectir acerca dos segmentos sonoros das palavras orais. Além disso, também se refere à capacidade de analisar e manipular segmentos sonoros de tamanhos distintos, nomeadamente sílabas, unidades intrassilábicas e fonemas.

Neste sentido, podem-se promover várias actividades, onde esteja subjacente a consciência fonológica, designadamente tarefas de contagem oral ou segmentação de sílabas ou fonemas; tarefas classificação de um conjunto de palavras, tendo em conta as sílabas ou fonemas; tarefas de síntese ou reconstrução, que envolvam um conjunto de sílabas ou fonemas proferidos oralmente e tarefas de manipulação, que requerem a omissão ou troca de sílabas ou de um fonema em diferentes palavras.

É de referir que, através de estudos efectuados, as crianças em idade pré-escolar revelam ter grande sucesso, relativamente às tarefas de síntese, análise ou detecção de sílabas em comum. Contrariamente, mostram mais dificuldades, em relação às tarefas que envolvam supressão da unidade silábica.

Além disso, também, existem estudos que defendem que, a criança ao ser confrontada com actividades que envolvam consciência fonológica, desde o pré-escolar, facilita o seu processo formal de aprendizagem da leitura. Neste sentido, parece existir uma relação recíproca e interactiva entre a consciência fonológica e a aprendizagem da leitura. É fundamental que, a criança adquira as capacidades mínimas de reflexão sobre o oral, de forma a compreender a lógica inerente ao processo codificação e aquisição da linguagem escrita. Por outro lado, também as produções escritas inventadas favorecem o desenvolvimento da consciência fonológica.


Partindo estes conteúdos foi-nos proposta a realização de actividades, no âmbito do pré-escolar e do 1ºCiclo, onde efectuámos actividades que envolvessem contagem, segmentação e manipulação de sílabas.

Para visualizares as nossas actividades sobre consciência fonológica, clica aqui.

De acordo com as actividades efectuadas reflectimos sobre a sua exequibilidade com as crianças com quem estivémos durante as nossas semanas de Prática Pedagógica. Para acederes à nossa reflexão, clica aqui.

Bibliografia consultada:

ALVES, D., COSTA, T. e FREITAS, M.J. (2008) - O conhecimento da língua: desenvolver a consciência fonológica. Lisboa: Ministério da Educação

NUNES, C., SILVA, A. C. e SIM-SIM, I. (2008) - Linguagem e Comunicação no Jardim-de-infância. Lisboa: Ministério da Educação

Fonte da imagem:http://noticias.r7.com/blogs/marcelo-marrom/files/2010/03/puzzle1.jpg

Didáctica das línguas: alguns conceitos básicos

Este foi o tema que introduziu esta unidade curricular, sendo que foram abordados aspectos, como propriedades da linguagem e uso da língua, fundamentos e vertentes da Didáctica do Português, bem como competência linguística e contextos de diversidade linguística e cultural.

Após terem sido abordados estes conteúdos em aula, procedemos à elaboração de três resumos de textos indicados pela docente, estando o primeiro relacionado com a linguística, o segundo com o desenvolvimento da linguagem e o terceiro com a formação em Língua Portuguesa.

Se quiseres aceder, clica aqui.

Posteriormente, ainda no âmbito desta temática realizámos um resumo sobre a Formação para o ensino da Língua Portuguesa no Pré-escolar e no 1ºCiclo.

Para o consultares, basta clicares aqui.

Além destes resumos, foi-nos proposto pela docente, a elaboração de um resumo que englobasse os conteúdos abordados nesta temática.

Deste modo, para o visualizares, clica aqui.

Introdução à Didáctica do Português

Após algum período de tempo sem publicar algo no blog, vimos, mais uma vez, partilhar convosco alguns conteúdos leccionados numa unidade curricular de Língua Portuguesa, mais concretamente, Introdução à Didáctica do Português. Esta unidade curricular teve professora responsável, a professora Fernanda Botelho.

Ao longo do blog iremos apresentar algumas actividades efectuadas no decurso do semestre, relacionadas com a fonologia, compreensão e expressão do oral e emergência da literacia. Além disso, também mostramos outras leituras que efectuámos para consolidar conhecimentos.

Esperamos que as apreciem e que vos sejam úteis...

Divirtam-se a explorar o nosso blog!